VAI DAR PRAIA?

Bom dia, mas bom dia mesmo! Hoje o dia amanheceu muito lindo! Um sol radiante, iluminando o mundo, como a dias não fazia. Sim, o tempo estava chuvoso (o que é muito bom, pois precisamos de chuva, não é mesmo?) e o céu cinzento nos dava um ar de certa tristeza. Que coisa, não? A gente precisa da chuva e acha que o tempo não está bom quando chove. Aliás, acho uma aberração quando o repórter que costuma falar do tempo se refere a "vai dar praia" ou "não vai dar praia" quando quer dizer se vai ou não chover no final de semana ou no feriado, por exemplo. Parece que o tempo só é agradável se estiver com o sol a pino. Somente o calor é aceitável. Se a previsão é de chuva, costumam fazer aquela cara de tristeza, como se o mundo fosse desabar. Mas, se a previsão é de tempo seco e quente, toca imagens de pessoas na orla do mar, parecendo formigas, de cerveja na mão e festejando o Astro-Rei. Nada contra (nem a favor), mas queria ver esse povo viver em um lugar sem chuva, festejando todos os dias a falta desta. Se bem que as pessoas costumam sempre desejar aquilo que não tem no momento. Se temos água em abundância em forma de chuva, nosso desejo é que a estiagem chegue logo. Se a seca predomina o ambiente, passamos a olhar o céu à procura da nuvem salvadora. Irônico, não é mesmo?

Mas eu estou aqui para falar de como o dia nasceu bonito, e não criticar as pessoas porque nunca estão contentes com o seu presente. Engraçado... por que será que a gente nunca está satisfeita com o que tem? Sempre esperamos mais do que está por vir, e achamos que o passado nos ofertou mais do que estamos recebendo no presente. É isso mesmo, o passado só é visto como "bom" se, ao compararmos com o nosso presente, tivermos a sensação de que perdemos algo com a passagem do tempo. Pode ser um amor ou qualquer outra coisa. Até conquista monetárias estão valendo na comparação. Mas a sensação é muito mais abrangente. Quem nunca ouviu a expressão "antigamente as coisas eram melhores", por exemplo? E esse antigamente pode nem ser tão antigo, assim. De qualquer forma, as pessoas usam essa expressão para se referir a tudo. "Antigamente as pessoas eram mais honestas", "antigamente as coisas eram melhores", "antigamente, sim, tínhamos música boa, não essa porcaria que ouvimos hoje em dia"... e por aí vai. Engraçado, quando a comparação se refere a arte... principalmente no tocante a música. Sim, as músicas antigas eram boas... mas será que todas elas merecem essa classificação? É claro que não. Como tudo na vida, havia as boas composições e as tranqueiras. Se você ligasse o rádio na década de setenta e sintonizasse qualquer programa musical, ficaria horas a fio ouvindo porcaria, até que surgisse alguma canção que realmente valesse a pena ser ouvida. Sem contar que era muito mais fácil ouvir música estrangeira do que nacional. Inclusive, para tentar driblar essa dificuldade que a música brasileira tinha de ser tocada nas emissoras, muitos artistas usavam pseudônimos estrangeiros, compunham suas canções em outro idioma e seguiam pela estrada afora, tentando escapar do "lobo mau"... Tínhamos vários artistas usando nome inglês (que foi o idioma que dominou todas as estações na época), italiano (devido, principalmente, a influência do Festival de San Remo, entre outros) e francês. Sim, as melodias eram bonitas. Mas, quanto a letra, quem poderia dizer? Afinal, o povo falava, mal e mal, apenas o português. Inclusive, isso me lembra a história que uma amiga me contou, certa vez. Ela havia recebido uma amiga americana em sua casa. Essa amiga não falava uma palavra em português, então é claro que se sentia meio perdida, uma vez que só conseguia comunicar-se com a menina da qual lhes falei. Era moda, na época. a maioria dos barzinhos decentes ter um conjunto para oferecer música ao vivo aos seus clientes. E quando as duas foram num desses barzinhos, tinha uma banda se apresentando, cantando músicas em inglês. A americana ficou toda maravilhada. Afinal poderia conversar com mais alguém além de sua amiga. Depois de algum tempo, quando a banda deu uma pausa em sua apresentação e os músicos foram descansar um pouco, a menina resolveu abordar o vocalista, elogiando sua performance no palco e tentando estabelecer contato com o mesmo... então, sua decepção! O rapaz não entendia uma só palavra do que ela falava. Sua amiga veio em seu socorro, e explicou-lhe que a banda cantava em inglês não porque fossem influentes no idioma, mas sim porque era a moda do momento. Ou seja, os rapazes simplesmente repetiam à exaustão o que ouviam nos discos, até que a pronúncia ficasse aceitável. Como um papagaio faz, na verdade...

E não é que a gente tem muito de papagaio em nossa ações do dia a dia? Muitas vezes nos pegamos imitando alguém para que passemos como pessoas descoladas, bem informadas, e por aí vai... mas é assim que vivemos em sociedade, não é mesmo? Imitamos sempre aqueles que achamos que entendem das coisas... mesmo que estas não tenham a menor noção do que fazem... por isso os "influencers" da vida fazem tanto sucesso... afinal, para que você tenha a liderança de um grupo, o essencial é que ele acredite que você sabe do que fala e saiba o que está fazendo...

Eu gostaria de falar mais, porém meu tempo está muito curto... daqui a uns minutos tenho que sair para o escritório. Mas retomarei esse assunto em outra oportunidade.

Que Deus nos dê uma quinta feira iluminada e cheia de paz, e que nos permita realizarmos tudo aquilo que planejamos para este dia. Que Ele derrame sobre nossas cabeças sua benção, e que nos guie sempre pelo caminho da retidão...

Beijos para todos e até amanhã...

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