UM NOVO DIA 


"Hoje é um novo dia, um novo tempo já começou..." com esses versos se inicia uma das mais famosas vinhetas de fim de ano. É verdade que a vinheta original, de séculos atrás, era muito mais bonita e glamurosa do que as versões atuais. É que, conforme o tempo vai passando, a percepção de beleza vai mudando... e nem sempre para melhor. É só ver as pessoas nas ruas e compara-las com fotos de um passado não tão distante assim... hoje é comum vermos pessoas vestidas com roupas que, não muito tempo atrás, seriam destinadas para o lixo. Essa semana, mesmo, fui a uma loja comprar uma calça jeans nova, visto que as minhas, além de já estarem um pouco desgastadas, também estão um pouco largas... sim, perdi alguns quilinhos nesses últimos tempos. Meu Deus, quase todos os modelos que a vendedora me mostrava pareciam salvados de alguma tragédia... todos rasgados, com aparência de séculos, como se tivessem sido resgatados de algum depósito onde o fogo destruiu quase todo seu estoque... ou seja, a calça que eu estava usando no momento parecia mais nova que as roupas que me eram apresentadas. Depois de muita procura, encontrei duas que não tinham a aparência de salvados do lixo... e bem mais baratas que os "modelos da moda" que me foram apresentados... bem, até aí, o que seria do vermelho se todos gostassem do amarelo, não é mesmo? Afinal, não importa o que você usa, importa que se sinta bem com aquilo que está usando...

Está muito em moda falarmos da preservação da natureza. Acredito até que, mesmo que inconscientemente, a moda de usar os "salvados de guerra" tenha algo a ver com essa "filosofia de gaveta". Porque? Ora, é simples... se eu me disponho a usar esses despojos, estou sinalizando que os recursos naturais devem ser usados até o ultimo resquício do mesmo, para evitar desperdícios dos materiais que a natureza nos põe a disposição...  pena que "esses despojos" são feitos com material novo que as industrias transforma em "velhos" para que possa lucrar com a disposição dessas pessoas em "protestar contra o desperdício dos recursos de nosso planeta"...

Claro que posso estar errada em minha análise. Afinal, não sou uma "expert" no assunto. Mas é a minha percepção do mundo atual, com tantos movimentos pró preservação ambiental. O engraçado é que as mesmas pessoas que clamam em altos brados que devemos salvar o planeta são as que menos se preocupam em destinar seus detritos para os locais de descarte corretos. E são as que mais defendem o uso de materiais descartáveis, por "serem práticos para a correria moderna"... Enfim...

Que Deus nos proporcione uma quinta feira simplesmente adorável, que este seja o melhor dia que já vivemos em nossas vidas. Que Deus abençoe a todos nós e nos dê sabedoria para podermos discernir entre o caminho do certo e do errado. Beijos e até amanhã...

A NEW DAY...


  "Today is a new day, a new time has begun..." with these verses one of the most famous end-of-year vignettes begins. It is true that the original vignette, from centuries ago, was much more beautiful and glamorous than the current versions. It's just that, as time goes by, the perception of beauty changes... and not always for the better. Just look at the people on the streets and compare them with photos from the not so distant past... today it's common to see people dressed in clothes that, not so long ago, would have been destined for the trash. Just this week, I went to a store to buy new jeans, since mine, in addition to being a little worn out, are also a little loose... yes, I've lost a few pounds lately. My God, almost every model the saleswoman showed me looked like it had been rescued from some tragedy... all torn up, looking centuries old, as if they'd been rescued from some warehouse where the fire destroyed most of their stock... that is, the pants I was currently wearing looked newer than the clothes I was presented with. After a lot of searching, I found two that didn't look like they'd been salvaged from the trash... and much cheaper than the "fashion models" that were presented to me... well, until then, what would happen to red if everyone liked it? yellow, isn't it? After all, it doesn't matter what you wear, it matters that you feel good about what you're wearing...


It is very fashionable to talk about the preservation of nature. I even believe that, even if unconsciously, the fashion for using "war salvages" has something to do with this "drawer philosophy". Why? Well, it's simple... if I am willing to use these spoils, I am signaling that natural resources must be used up to the last remnant of it, to avoid wasting the materials that nature makes available to us... too bad that " these spoils" are made with new material that industries transform into "old" so that they can profit from the willingness of these people to "protest against the waste of our planet's resources"...

Of course I could be wrong in my analysis. After all, I'm not an "expert" on the subject. But it is my perception of the current world, with so many movements for environmental preservation. The funny thing is that the same people who cry out loudly that we must save the planet are the ones who are least concerned about disposing of their waste to the correct disposal sites. And they are the ones who most defend the use of disposable materials, for "being practical for the modern rush"... Anyway...


May God provide us with a simply lovely Thursday, may this be the best day we've ever lived in our lives. May God bless us all and give us wisdom to be able to discern between the path of right and wrong. Kisses and see you tomorrow...


A TAÇA DE CRISTAL



Capítulo três

Tem dias em que tudo dá errado, não é mesmo? Esse era o dia da Helena. Acordou atrasada (o despertador não tocou... se tocou, ela não ouviu, o que dá no mesmo...), quando foi tomar banho, o chuveiro queimou e aquela água gelada da manhã espalhou-se por seu corpo (o que foi bom de certa forma, pois a fez acordar instantaneamente), percebeu que não tinha nenhuma blusa limpa do seu uniforme de trabalho e por isso teria que usar a mesma do dia anterior (a pilha de roupas sujas tinha crescido assustadoramente no decorrer da semana) e, para completar, quando foi tomar seu café, correndo, pois já estava atrasada em demasia, a xicara escapou de suas mãos e entornou o líquido quente em seu colo, sujando sua blusa e queimando sua pele. Lá vai ela, correndo tirar a blusa suja e melada (ela gosta de café bem doce),lavar a região atingida pelo café e passar uma pomada para que o local não infeccionasse. Finalmente, depois de todos esses contratempos (ela pegou uma blusa em seu guarda roupas que não era parte do uniforme, mas teria que servir, já que não tinha outra...) ela finalmente ganhou a rua, só parando quando chegou no ponto de ônibus. "Que sorte", pensou ela... "o ônibus já está vindo!" Quando ela vai abrir a bolsa, para pegar sua carteira... cadê a bolsa? Esqueceu em cima da mesa da cozinha, quando estava se preparando para sair. "Mas como conseguiu esquecer de sua bolsa, mulher?", pensou ela, furiosa consigo mesma. Bem, já estava atrasada, portanto não adiantava ficar se lamentando. Resignada, voltou para casa. Já estava desistindo de trabalhar nesse dia, afinal foram tantos contratempos... 

Quando chegou em casa, sentou-se no sofá e ficou algum tempo pensativa. Tudo o que tinha acontecido até o momento lhe dizia que era melhor ficar em casa. O dia não prenunciava nada de bom. Aliás, a sua semana não tinha sido boa, até o momento. No domingo, quando foi visitar sua mãe, acabou brigando com Estela, sua irmã mais nova. O motivo? Nem se lembrava mais, tinha sido algo que podia considerar sem importância em qualquer situação, mas naquele momento tomou proporções de uma tragédia pessoal. O que a deixou mais irritada é que sua mãe defendeu a irmã, não lhe dando nem um pouquinho de razão pelo que tinha acontecido. E isso deixou um gosto amargo de injustiça, uma vez que ela estava certa e sua irmã, errada. Mas Estela era a filha favorita, e sua mãe jamais ficaria contra ela...

Devo esclarecer que Helena era uma pessoa muito calma, comedida ao extremo. Introvertida, ficava sempre na dela. Não recusava ajuda a quem quer que fosse. Muito meiga, procurava sempre ver o lado das outras pessoas. Empática ao extremo. E algumas vezes acabavam abusando de sua boa vontade. Por ser uma pessoa tão tranquila como era, quando explodia as pessoas a sua volta até estranhavam. Pois ela realmente explodia, parecia que ia ter uma síncope cardíaca, ficava vermelha e gaguejava, e gritava alto tudo aquilo que estava engasgado em seu ser. Mas, em situações normais, passada a explosão de ira, voltava a ser a garota doce e meiga que todos conheciam e que alguns amavam. Eu digo alguns porque não conseguimos agradar a todos ao nosso redor, não é mesmo? Sempre tem aqueles que, por algum motivo, não vão com a nossa cara...

E Helena ficou ali, sentada na sala, pensando sobre o que faria nesse dia...


THE CRYSTAL CUP


Chapter Three


There are days when everything goes wrong, right? That was Helena's day. She woke up late (the alarm clock didn't go off... if it did, she didn't hear it, which is the same thing...), when she went to take a shower, the shower burned and that cold morning water spread over her body (which it was good in a way, as it woke her up instantly), she realized that she didn't have any clean blouses from her work uniform and so she would have to wear the same one from the day before (the pile of dirty clothes had grown alarmingly over the week) and, to top it off, when she went to drink her coffee, running, as she was already too late, the cup slipped from her hands and spilled the hot liquid onto her lap, soiling her blouse and burning her skin. There she goes, running to take off her dirty and sticky blouse (she likes very sweet coffee), wash the area affected by the coffee and apply an ointment so that the place does not get infected. Finally, after all these setbacks (she took a blouse from her wardrobe that wasn't part of her uniform, but it would have to do, since she didn't have another one...) she finally made it to the street, only stopping when she reached the pick-up point. bus. "How lucky", she thought... "the bus is already coming!" When she goes to open her purse, to get her wallet... where's the purse? She forgot it on the kitchen table when she was getting ready to leave. "But how did you manage to forget your purse, woman?" she thought, furious with herself. Well, she was already late, so there was no point in moping around. Resigned, she returned home. She was already giving up on working that day, after all there were so many setbacks...


When she got home, she sat down on the sofa and thought for some time. Everything that had happened so far told her she was better off staying home. The day did not bode well. In fact, her week hadn't been good so far. On Sunday, when she went to visit her mother, she ended up fighting with Estela, her younger sister. The reason? She didn't even remember anymore, it had been something she could consider unimportant in any situation, but at that moment it took on the proportions of a personal tragedy. What made her more angry is that her mother defended her sister, not giving her the slightest reason for what had happened. And that left a bitter taste of injustice, since she was right and her sister was wrong. But Estela was her favorite daughter, and her mother would never be against her...


I must clarify that Helena was a very calm person, restrained to the extreme. Introverted, she always kept to herself. She didn't refuse help to anyone. Very sweet, she always tried to see other people's side. Empathetic to the extreme. And sometimes they ended up abusing her willingly. For being a person as calm as she was, when she exploded, people around her even found it strange. Because she really exploded, it looked like she was going to have a heart attack, she turned red and stuttered, and screamed loudly everything that was choking on being hers. But, in normal situations, after the explosion of anger, she returned to being the sweet and sweet girl that everyone knew and that some loved. I say some because we can't please everyone around us, can we? There are always those who, for some reason, don't like us...


And Helena stayed there, sitting in the living room, thinking about what she would do that day...

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