PRECISAMOS DA APROVAÇÃO ALHEIA PARA VIVER...

Somos seres complexos. Cada um de nós tem seus sonhos, seus desejos. Mas, ao mesmo tempo, se tais não estiverem de acordo com os preceitos do Grupo Social ao qual estamos inseridas, costumamos tolher essa nossa vontade inconsciente para não ficarmos distantes daquilo que é considerado "normal" pelos outros membros... mas, em realidade, o que é ser "normal"? Perguntinha difícil, não é mesmo?

Não importa qual nossa forma de agir, sempre estaremos em desacordo com a visão de algum membro do grupo. E por que? Simples... embora tenha uma diretriz a seguir, cada pessoa tem sua visão própria sobre determinada regra... e o pior? É que a interpretação de seu "modus operandi" é muito particular... pois as regras nunca foram escritas, são apenas subtendidas...

Infelizmente, embora não seja o ideal, vivemos mais para os outros do que para nós mesmos. Ações simples como um  simples vestido, por exemplo. Nossa primeira preocupação é "como os outros vão me ver? será que vão gostar?" ... ou seja... estamos sempre em busca da aprovação alheia, como se nossa vida tivesse que ser validada por outros...  

Não nos permitimos viver em toda nossa plenitude. Estamos sempre preocupadas com o julgamento das outras pessoas. Que, veja só... não podem viver nossa vida por nós... mas que ainda assim, com nosso aval, podem dar palpites sobre a melhor maneira de agirmos na Sociedade...

Muitas vezes deixamos de agir de determinada maneira, que nos faria felizes, porque tal atitude "não é de bom tom"... Se colocamos determinada roupa, "ela não fica bem em você, não consegue se enxergar?" As cobranças nos são apresentadas a todo instante. Costumam nos apresentar um roteiro de ações que não condizem com nossa maneira de encarar a vida. Mas que temos que seguir, pois "é a forma correta de agir em Sociedade"...

Mas porque seguimos tais regras, se estas não nos fazem felizes? É como se fôssemos condicionadas a aceitar a infelicidade como norma de nossa vida. E na verdade, fomos mesmo. Desde nosso nascimento e durante toda nossa vida, somos bombardeadas com mensagens  onde somos induzidas a como agir, como nos comportar em público...

O fato de concordarmos ou não com tal premissa é irrelevante. E na maioria das vezes não concordamos, porém seguimos as regras, pois não nos é permitido seguir outro caminho. Uma parede é levantada em nosso subconsciente, não nos permitindo contestar as situações a nós apresentadas...

Sim, a principal barreira a nos impedir de sermos nós mesmas vem de dentro de nosso ser. Afinal, o Juiz mais severo a nos julgar é nossa própria consciência... que determina o que é certo e o que não é. E é segundo essa diretriz que executamos nossas ações...

E essa é, talvez, a parte mais interessante de todo esse processo... não há necessidade que alguém fiscalize nossas ações. Tal ato é executado pela própria pessoa, que imagina qual seria a reação de seus pares... e, para não os desagradar, procura agir da maneira mais próxima do esperado...

Livre arbítrio? Essa opção não existe, na vida real. O que temos é uma infinidade de caminhos a seguir, porém para que possamos nos mover precisamos de um mapa... virtual, é claro... que nos mostre qual a estrada que temos que seguir. Ou você acredita, realmente, que todas as suas escolhas ao longo de sua vida não foram direcionadas desde sua mais tenra infância? Seguimos um roteiro que nos é entregue ao chegarmos a esse plano e, infelizmente, não há como fugir deste. Porque, em busca da aprovação de nossos pares, vamos nos anulando como indivíduos dia a dia, até que no final sobra apenas uma imagem pálida daquilo que poderíamos ter sido, se nos fosse permitido viver de verdade... 

Sim, há alguns elementos que conseguem romper essa cadeia e fazem seu próprio destino. Não se importam com a opinião da maioria e seguem, marginalizados porque não aceitam o senso comum. Mas mesmo esses foram programados e, se prestarmos bem atenção em seus atos, descobriremos resquícios de uma linha de pensamento que vem não de novas ideias, mas sim de uma forma ancestral de agir ... 

No fundo, acabamos por nos comportar como marionetes, onde seguimos as orientações de alguém que está além de nosso campo de visão. Obedecemos, simplesmente. Mesmo que não saibamos de onde veio a ordem. Simplesmente continuamos a agir da forma que nos foi ensinado. Prestando contas de nossos atos a todos, como se tais elementos tivessem o poder de decidir o que é bom e o que não é para nossa vida...

Tania Miranda   -   Brasil   -  31/10/2025

========================================================================




 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

THE CRYSTAL CUP - Chapter Six

IDENTIDADE

A MÚSICA É A LINGUAGEM DOS ANJOS