PREDADORES
PREDADORES
Falar sobre certas situações é um tanto… complicado. Mas até para que possamos afastar de nós o fantasma da violência, ao qual todos estamos sujeitos, precisamos nos abrir para o mundo. São experiências que, se não nos afetaram no momento do ocorrido, representam, sim, ameaça à nossa integridade física… nem vou falar da sanidade mental…
Um certo dia, quando eu e minha neta de dez anos resolvemos passear pelo bairro, aproveitando o dia ensolarado que fazia, vivemos uma situação inusitada. Caminhamos pelas ruas, ela brincou em um dos vários parquinhos espalhados pela região, comprou um pacote de pipoca doce , que adora, sentou-se no banco da praça onde degustou com tranquilidade seu acepipe favorito e continuamos a caminhar. Como o dia estava lindo, como eu já disse, cruzávamos as ruas sem nenhum critério, pelo simples prazer de caminhar e conversar…
Foi em uma dessas ruas pelas quais passávamos que algo que ninguém espera, aconteceu. Em determinado ponto estava ocorrendo uma festa, onde a maioria das pessoas comiam no meio da rua, com seu prato na mão. Era um desses churrascos da vida, onde tudo que os participantes desejam é comer, beber e aproveitar seu dia de lazer. Nada de anormal, não é mesmo? Afinal, o que há demais em um grupo de amigos se reunir para seu churrasco de final de semana? Bem… foi aí que tudo começou a desandar para nós…
Ao passarmos pelo grupo, alguns olhares meio estranhos nos foram dirigidos. Mas, até aí tudo bem. O que veio a seguir é que tornou nosso passeio um tanto… constrangedor, para dizer o mínimo… nem eu nem minha pequena estávamos usando roupas “impróprias” para nossa caminhada. Estávamos vestidas normalmente, nada que chamasse atenção. Porém…
Quando estávamos seguindo por outra rua, veio o inesperado… dois adolescentes, de bicicleta, passaram a nos seguir. A principio não nos importamos com tal fato, visto que o direito de ir e vir é algo inerente a todos… mas a maneira dos garotos agirem (não deveriam ter mais que 14, 15 anos) começou a despertar aquela sensação incômoda de perigo… agiam como animais predadores, cercando a presa a todo momento. Estavam sempre próximos a nós, não nos dando nenhum momento de tranquilidade em nosso passeio. Na verdade, a partir daquele instante, não havia mais clima para continuarmos algo que simplesmente é nosso direito… uma caminhada dominical. Os dois garotos faziam questão de se mostrar o mais desagradáveis possível, com uma postura belicosa que não tinha sentido algum. Minha pequena começou a ficar nervosa e eu tinha que acalmá-la… confrontar nossos perseguidores não era a melhor escolha…
Depois de caminhar por mais de dez quarteirões e tentar afastar nossos perseguidores… fomos em um bar comprar uma garrafa de água, entramos em um supermercado e ficamos por mais de quinze minutos dentro de mesmo, percebi que os dois não nos dariam trégua e que alguma atitude deveria ser tomada, para evitar que algo não desejável acontecesse…
Quando precisamos de uma viatura policial… ou mesmo de policiais patrulhando o bairro a pé… não encontramos nenhum a disposição. Visto que eu não desejava que os dois caçadores (não tenho outro adjetivo para nomear aqueles jovens… até tenho, mas é melhor deixar para lá…) seguissem-nos até onde moro, e pelo visto esse era seu objetivo… resolvi entrar em uma farmácia, da qual sou cliente a muito tempo e pedi para usar o telefone deles para chamar uma viatura. Claro que não me atenderam, mas o gerente da Unidade foi ter com os dois meliantes… não há outro termo para usar, agora… e depois de alguma conversa, conseguiu fazer com que os dois desistissem de sua caçada. Os rapazes finalmente foram embora, deixando a mim e minha neta em paz… não antes de fazerem o sinal de “arminha” em minha direção, deixando bem claro suas intenções…
Agradeci ao rapaz por sua gentileza, aguardei mais algum tempo e finalmente eu e minha pequenina seguimos de volta para nosso lar… mas fico aqui pensando… o que leva algumas pessoas a perseguir alguém que nada fez para eles? Qual o sentido de tal ação? Se sentirem fortes, capazes de dominar desconhecidas? É algo que não tem lógica alguma…
Infelizmente vivemos em uma Sociedade doente, onde as pessoas acabam por temer umas às outras. Porque alguns elementos decidem ter mais direitos que outras pessoas e tentam impor sua lei, que para eles faz todo sentido do mundo, visto que estão imersos em seu Universo Obscuro e tentam arrastar para este o maior número de vítimas que conseguirem. Para que possam sentir-se vivos. Para que possam encontrar algum sentido em sua vida triste e miserável. Para que possam encontrar algum sentido em sua pequenez, não se importam em constranger as pessoas à sua volta, na ânsia de se mostrarem grandes. Tentando, através da imposição do medo em outras pessoas, mostrar que tem o domínio sobre o destino, seu e de outrem…
Não me amedrontaram. Mas eu estava de mãos amarradas quanto a reações de minha parte por estar acompanhada por minha pequena. Não poderia deixá-la se assustar com a situação, não poderia fazê-la perder a fé na humanidade. Estivemos expostas a uma situação de constrangimento pelo qual não precisávamos passar, uma vez que a única coisa que fazíamos naquele momento era dar um passeio no bairro onde moramos. Mas, aparentemente, as pessoas não tem mais o direito de ir e vir sem que sejam obrigadas a suportar determinadas situações… triste mundo esse em que vivemos…
Tudo que posso desejar é que, em algum momento, os dois rapazes encontrem a Luz que tudo ilumina e percebam que a violência gratuita contra as pessoas não vai levá-los a lugar algum. Que entendam que viver em paz é o melhor caminho para nossa realização pessoal. E que perseguir pessoas pelas ruas não é a melhor política para ninguém…
Tania Miranda - Brasil - 01/09/2025
=========================================================================
PREDATORS
Talking about certain situations is a bit… complicated. But even to dispel the specter of violence, to which we are all subject, we need to open ourselves up to the world. These are experiences that, while not affecting us at the time, do pose a threat to our physical integrity… I won't even mention our mental health…
One day, when my ten-year-old granddaughter and I decided to stroll around the neighborhood, enjoying the sunny day, we experienced an unusual situation. We walked the streets, she played in one of the many playgrounds scattered around the area, bought a bag of sweet popcorn, which she loves, sat on a park bench where she calmly enjoyed her favorite treat, and we continued walking. Since the day was beautiful, as I said, we crossed the streets without any criteria, simply for the pleasure of walking and talking…
It was on one of these streets that something no one expected happened. At a certain point, a party was taking place, and most people were eating in the middle of the street, with their plates in hand. It was one of those barbecues where all the attendees want to do is eat, drink, and enjoy their day off. Nothing unusual, right? After all, what's wrong with a group of friends getting together for a weekend barbecue? Well... that's when things started to go wrong for us...
As we passed the group, we received some strange looks. But so far, so good. What happened next made our walk a bit... awkward, to say the least... neither my daughter nor I were wearing "inappropriate" clothing for our walk. We were dressed normally, nothing to draw attention to. However...
As we were walking down another street, the unexpected happened: two teenagers on bicycles started following us. At first, we didn't mind, since the right to come and go is inherent to everyone... but the way the boys acted (they couldn't have been older than 14 or 15) began to awaken that uncomfortable feeling of danger... they acted like predators, constantly circling their prey. They were always close to us, giving us no moment of peace during our walk. In fact, from that moment on, there was no longer any mood to continue something that is simply our right... a Sunday walk. The two boys made a point of appearing as unpleasant as possible, with a belligerent attitude that made no sense. My little girl started getting nervous, and I had to calm her down… confronting our pursuers wasn't the best option…
After walking for more than ten blocks and trying to fend off our pursuers… we went to a bar to buy a bottle of water, we went into a supermarket and stayed inside for more than fifteen minutes, I realized that the two of them wouldn't give us any respite and that something had to be done to prevent something undesirable from happening…
When we needed a police car… or even police officers patrolling the neighborhood on foot… we couldn't find any available. Since I didn't want the two hunters (I have no other adjective to describe those young men… I do, but it's best to leave it at that…) to follow us to where I live, and apparently that was their goal… I decided to go into a pharmacy, where I've been a longtime customer, and asked to use their phone to call a police car. Of course, they didn't answer me, but the Unit manager went to the two criminals… there's no other term to use now… and after some conversation, managed to get them to give up their hunt. The boys finally left, leaving me and my granddaughter alone… but not before flashing the "gun" sign at me, making their intentions very clear…
I thanked the boy for his kindness, waited a little longer, and finally, my little one and I headed back home… but I'm left here wondering… what drives some people to chase someone who's done nothing to them? What's the point of such an action? To feel strong, capable of dominating strangers? It's something that makes no sense at all…
Unfortunately, we live in a sick society, where people end up fearing each other. Because some elements decide they have more rights than others and try to impose their law, which makes perfect sense to them, given that they're immersed in their Dark Universe and try to drag as many victims as they can into it. So they can feel alive. So they can find some meaning in their sad and miserable lives. So they can find some meaning in their smallness, they don't mind embarrassing those around them, eager to show themselves great. Trying, by imposing fear on others, to show that they have control over their destiny, their own and that of others...
They didn't scare me. But I was tied in regards to my reactions, being accompanied by my little girl. I couldn't let her be frightened by the situation, I couldn't make her lose faith in humanity. We were exposed to an embarrassing situation we didn't need to go through, since the only thing we were doing at that moment was taking a walk in our neighborhood. But apparently, people no longer have the right to come and go without being forced to endure certain situations... what a sad world we live in...
All I can hope for is that, at some point, the two boys find the Light that illuminates everything and realize that gratuitous violence against people will get them nowhere. That they understand that living in peace is the best path to our personal fulfillment. And that chasing people on the streets is not the best policy for anyone...
Tania Miranda - Brazil - September 1, 2025
=========================================================================
DEPREDADORES
Hablar de ciertas situaciones es un poco… complicado. Pero incluso para disipar el espectro de la violencia, al que todos estamos sujetos, necesitamos abrirnos al mundo. Son experiencias que, si bien no nos afectan en el momento, sí representan una amenaza para nuestra integridad física… Ni hablar de nuestra salud mental…
Un día, cuando mi nieta de diez años y yo decidimos pasear por el barrio, disfrutando del día soleado, vivimos una situación inusual. Caminamos por las calles, ella jugó en uno de los muchos parques infantiles que había por la zona, compró una bolsa de palomitas dulces, que le encantan, se sentó en un banco del parque donde disfrutó tranquilamente de su dulce favorito, y seguimos caminando. Como el día estaba precioso, como dije, cruzamos las calles sin ningún criterio, simplemente por el placer de caminar y conversar…
Fue en una de estas calles donde ocurrió algo inesperado. En cierto momento, había una fiesta, y la mayoría de la gente comía en medio de la calle, con los platos en la mano. Era una de esas barbacoas donde lo único que quieren los asistentes es comer, beber y disfrutar de su día libre. Nada raro, ¿verdad? Al fin y al cabo, ¿qué tiene de malo que un grupo de amigos se reúna para una barbacoa de fin de semana? Bueno... ahí fue cuando las cosas empezaron a salir mal...
Al pasar junto al grupo, nos miraron raro. Pero hasta ahí, todo bien. Lo que pasó después hizo que nuestro paseo fuera un poco... incómodo, como mínimo... ni mi hija ni yo llevábamos ropa "inapropiada" para el paseo. Íbamos vestidas con normalidad, sin nada que llamara la atención. Sin embargo...
Mientras caminábamos por otra calle, ocurrió lo inesperado: dos adolescentes en bicicleta empezaron a seguirnos. Al principio no nos importó, ya que el derecho a ir y venir es inherente a todos... pero la forma de actuar de los chicos (no debían de tener más de 14 o 15 años) empezó a despertar esa incómoda sensación de peligro... actuaban como depredadores, rondando constantemente a su presa. Siempre estaban cerca de nosotros, sin darnos ningún momento de paz durante nuestro paseo. De hecho, a partir de ese momento, ya no había ánimos para continuar con algo que simplemente es nuestro derecho... un paseo dominical. Los dos chicos se esforzaron por parecer lo más desagradables posible, con una actitud beligerante que no tenía sentido. Mi pequeña empezó a ponerse nerviosa y tuve que calmarla... enfrentarnos a nuestros perseguidores no era la mejor opción...
Después de caminar más de diez cuadras e intentar defendernos de nuestros perseguidores... fuimos a un bar a comprar una botella de agua, entramos en un supermercado y nos quedamos dentro más de quince minutos, me di cuenta de que ellos dos no nos darían tregua y que había que hacer algo para evitar que ocurriera algo indeseable...
Cuando necesitábamos una patrulla... o incluso policías patrullando el barrio a pie... no encontrábamos ninguna disponible. Como no quería que los dos cazadores (no tengo otro adjetivo para describir a esos jóvenes… sí, pero mejor lo dejo así…) nos siguieran hasta donde vivo, y al parecer ese era su objetivo… decidí entrar en una farmacia, de la que soy cliente desde hace mucho tiempo, y pedí usar su teléfono para llamar a una patrulla. Por supuesto, no me contestaron, pero el jefe de la Unidad se dirigió a los dos delincuentes… no hay otro término que usar ahora… y, tras una breve conversación, logró que desistieran de la cacería. Los chicos finalmente se fueron, dejándonos a mi nieta y a mí solas… no sin antes hacerme la señal de "arma", dejando muy claras sus intenciones… Le agradecí al chico su amabilidad, esperé un poco más y, finalmente, mi pequeño y yo volvimos a casa… pero me quedo aquí preguntándome… ¿qué lleva a algunas personas a perseguir a alguien que no les ha hecho nada? ¿Qué sentido tiene semejante acción? ¿Sentirse fuertes, capaces de dominar a desconocidos? Es algo que no tiene ningún sentido…
Desafortunadamente, vivimos en una sociedad enferma, donde las personas terminan temiéndose mutuamente. Porque algunos elementos deciden tener más derechos que otros e intentan imponer su ley, lo cual les parece lógico, ya que están inmersos en su Universo Oscuro e intentan arrastrar a tantas víctimas como pueden. Para sentirse vivos. Para encontrarle sentido a sus tristes y miserables vidas. Para encontrarle sentido a su pequeñez, no les importa avergonzar a quienes los rodean, deseosos de mostrar su grandeza. Intentando, imponiendo miedo a los demás, demostrar que tienen el control de su destino, el suyo propio y el de los demás…
No me asustaron. Pero estaba atado en cuanto a mis reacciones, estando acompañado de mi pequeña. No podía dejar que se asustara por la situación, no podía hacerle perder la fe en la humanidad. Estábamos expuestos a una situación vergonzosa que no teníamos por qué vivir, ya que lo único que hacíamos en ese momento era dar un paseo por nuestro barrio. Pero, al parecer, la gente ya no tiene derecho a ir y venir sin verse obligada a soportar ciertas situaciones... ¡Qué mundo tan triste en el que vivimos!
Solo puedo esperar que, en algún momento, los dos chicos encuentren la Luz que todo lo ilumina y se den cuenta de que la violencia gratuita contra las personas no los llevará a ninguna parte. Que entiendan que vivir en paz es el mejor camino hacia nuestra realización personal. Y que perseguir a la gente en las calles no es la mejor política para nadie...
Tania Miranda - Brasil - 1 de septiembre de 2025
=========================================================================
PREDATORI
Parlare di certe situazioni è un po'... complicato. Ma anche per dissipare lo spettro della violenza, a cui siamo tutti soggetti, dobbiamo aprirci al mondo. Sono esperienze che, pur non toccandoci sul momento, rappresentano una minaccia per la nostra integrità fisica... Per non parlare della nostra salute mentale...
Un giorno, quando io e mia nipote di dieci anni decidemmo di passeggiare per il quartiere, godendoci la giornata di sole, ci trovammo in una situazione insolita. Camminammo per strada, lei giocò in uno dei tanti parchi giochi sparsi per la zona, comprò un sacchetto di popcorn dolci, che adora, si sedette su una panchina del parco dove si gustò con calma la sua leccornia preferita, e continuammo a camminare. Dato che la giornata era bella, come ho detto, attraversammo le strade senza criterio, semplicemente per il piacere di camminare e parlare...
Fu in una di queste strade che accadde qualcosa che nessuno si aspettava. A un certo punto, si stava svolgendo una festa e la maggior parte delle persone stava mangiando in mezzo alla strada, con i piatti in mano. Era uno di quei barbecue in cui tutto ciò che i partecipanti vogliono fare è mangiare, bere e godersi il loro giorno libero. Niente di insolito, vero? Dopotutto, cosa c'è di male in un gruppo di amici che si riunisce per un barbecue nel fine settimana? Beh... è stato allora che le cose hanno iniziato ad andare male per noi...
Mentre passavamo davanti al gruppo, abbiamo ricevuto degli sguardi strani. Ma finora, tutto bene. Quello che è successo dopo ha reso la nostra camminata un po'... imbarazzante, per usare un eufemismo... né io né mia figlia indossavamo abiti "inappropriati" per la nostra camminata. Eravamo vestiti normalmente, niente che attirasse l'attenzione. Tuttavia...
Mentre percorrevamo un'altra strada, è successo l'inaspettato: due adolescenti in bicicletta hanno iniziato a seguirci. All'inizio non ci ha dato fastidio, dato che il diritto di andare e venire è insito in tutti... ma il modo in cui si comportavano i ragazzi (non potevano avere più di 14 o 15 anni) ha iniziato a risvegliare quella sgradevole sensazione di pericolo... si comportavano come predatori, girando costantemente intorno alla loro preda. Ci stavano sempre vicino, senza darci un attimo di pace durante la nostra passeggiata. Da quel momento in poi, infatti, non c'era più la voglia di continuare qualcosa che era semplicemente un nostro diritto... una passeggiata domenicale. I due ragazzi si facevano un dovere di apparire il più sgradevoli possibile, con un atteggiamento bellicoso che non aveva senso. La mia bambina iniziò a innervosirsi e dovetti calmarla... affrontare i nostri inseguitori non era la soluzione migliore...
Dopo aver camminato per più di dieci isolati e aver cercato di respingere i nostri inseguitori... siamo andati in un bar a comprare una bottiglia d'acqua, siamo entrati in un supermercato e siamo rimasti dentro per più di quindici minuti, ho capito che quei due non ci avrebbero dato tregua e che bisognava fare qualcosa per impedire che accadesse qualcosa di indesiderato...
Quando avevamo bisogno di un'auto della polizia... o anche di agenti di polizia che pattugliassero il quartiere a piedi... non ne trovavamo disponibili. Poiché non volevo che i due cacciatori (non ho altri aggettivi per descrivere quei giovani... ce l'ho, ma è meglio fermarsi qui...) ci seguissero fino a casa mia, e a quanto pare quello era il loro obiettivo... ho deciso di entrare in una farmacia, di cui sono cliente abituale, e ho chiesto di usare il loro telefono per chiamare una volante della polizia. Ovviamente non mi hanno risposto, ma il responsabile dell'unità è andato dai due criminali... non c'è altro termine da usare ormai... e dopo un po' di conversazione, è riuscito a farli desistere dalla caccia. I ragazzi alla fine se ne sono andati, lasciando me e mia nipote sole... ma non prima di avermi mostrato il segno della "pistola", chiarendo le loro intenzioni...
Ho ringraziato il ragazzo per la sua gentilezza, ho aspettato ancora un po' e, infine, io e il mio piccolo siamo tornati a casa... ma sono qui a chiedermi... cosa spinge alcune persone a inseguire qualcuno che non ha fatto loro nulla? Che senso ha un'azione del genere? Sentirsi forti, capaci di dominare gli sconosciuti? È una cosa che non ha alcun senso...
Purtroppo viviamo in una società malata, dove le persone finiscono per temersi a vicenda. Perché alcuni elementi decidono di avere più diritti di altri e cercano di imporre la loro legge, il che ha perfettamente senso per loro, dato che sono immersi nel loro Universo Oscuro e cercano di trascinarci dentro quante più vittime possibile. Così possono sentirsi vivi. Così possono trovare un senso alle loro vite tristi e miserabili. Così possono trovare un senso alla loro piccolezza, non si preoccupano di mettere in imbarazzo chi li circonda, desiderosi di mostrarsi grandi. Cercando, imponendo la paura agli altri, di dimostrare di avere il controllo sul proprio destino, il proprio e quello degli altri...
Non mi spaventavano. Ma ero legata alle mie reazioni, essendo accompagnata dalla mia bambina. Non potevo lasciarla spaventare dalla situazione, non potevo farle perdere la fiducia nell'umanità. Eravamo esposti a una situazione imbarazzante che non dovevamo affrontare, dato che l'unica cosa che stavamo facendo in quel momento era passeggiare nel nostro quartiere. Ma a quanto pare, le persone non hanno più il diritto di andare e venire senza essere costrette a sopportare certe situazioni... che mondo triste in cui viviamo...
Tutto ciò che posso sperare è che, a un certo punto, i due ragazzi trovino la Luce che illumina ogni cosa e si rendano conto che la violenza gratuita contro le persone non li porterà da nessuna parte. Che capiscano che vivere in pace è la strada migliore per la nostra realizzazione personale. E che inseguire la gente per strada non è la politica migliore per nessuno...
Tania Miranda - Brasile - 1 settembre 2025
========================================================================
PETOELÄINTÄJÄT
Tietyistä tilanteista puhuminen on hieman… monimutkaista. Mutta jopa hälventääksemme väkivallan aaveen, jolle me kaikki olemme alttiita, meidän on avauduttava maailmalle. Nämä ovat kokemuksia, jotka eivät vaikuta meihin sillä hetkellä, mutta uhkaavat fyysistä koskemattomuuttamme… En edes mainitse mielenterveyttämme…
Eräänä päivänä, kun kymmenvuotias tyttärentyttäreni ja minä päätimme kävellä naapurustossa nauttien aurinkoisesta päivästä, koimme epätavallisen tilanteen. Kävelimme kaduilla, hän leikki yhdellä alueen monista leikkikentistä, osti pussin makeita popcorneja, joista hän pitää, istui puistonpenkille nauttien rauhallisesti lempiherkustaan, ja jatkoimme kävelyä. Koska päivä oli kaunis, kuten sanoin, ylitimme kadut ilman mitään kriteerejä, vain kävelyn ja juttelun iloksi…
Yhdellä näistä kaduista tapahtui jotain, mitä kukaan ei odottanut. Jossain vaiheessa oli juhlat, ja useimmat ihmiset söivät keskellä katua lautaset käsissään. Se oli yksi niistä grillijuhlista, joissa kaikki osallistujat halusivat vain syödä, juoda ja nauttia vapaapäivästään. Ei mitään epätavallista, eihän? Loppujen lopuksi, mikä vikaa on siinä, että ystäväporukka kokoontuu viikonloppugrillaamaan? No... siinä vaiheessa asiat alkoivat mennä pieleen...
Kun ohitimme ryhmän, saimme osaksemme outoja katseita. Mutta toistaiseksi kaikki hyvin. Seuraavaksi tapahtunut teki kävelystämme hieman... vähintäänkin kiusallisen... kumpikaan tyttärestäni tai minusta ei ollut pukeutunut "sopimattomiin" vaatteisiin kävelyllemme. Olimme pukeutuneet normaalisti, ei mitään huomiota herättävää. Kuitenkin...
Kun kävelimme toisella kadulla, tapahtui odottamatonta: kaksi teini-ikäistä polkupyörällä alkoi seurata meitä. Aluksi emme välittäneet siitä, koska oikeus tulla ja mennä on luontainen kaikille... mutta poikien käytöstapa (he eivät voineet olla yli 14- tai 15-vuotiaita) alkoi herättää epämukavan vaaran tunteen... he käyttäytyivät kuin saalistajat, jatkuvasti kiertäen saalistaan. He olivat aina lähellämme, eivätkä antaneet meille hetkeäkään rauhaa kävelyn aikana. Itse asiassa siitä hetkestä lähtien ei ollut enää mitään mielialaa jatkaa jotain, mikä on yksinkertaisesti oikeutemme... sunnuntaikävelyä. Kaksi poikaa pyrkivät näyttämään mahdollisimman epämiellyttäviltä ja heillä oli täysin järjetön asento. Pieni tyttäreni alkoi hermostua, ja minun piti rauhoitella häntä... takaa-ajajien kohtaaminen ei ollut paras vaihtoehto...
Käveltyämme yli kymmenen korttelia ja yritettyämme torjua takaa-ajajiamme... menimme baariin ostamaan vesipullon, menimme supermarkettiin ja pysyimme sisällä yli viisitoista minuuttia, tajusin, etteivät he kaksi antaisi meille hengähdystaukoa ja että jotain oli tehtävä estääksemme jotain ei-toivottua...
Kun tarvitsimme poliisiautoa... tai edes poliiseja partioimassa naapurustossa jalan... emme löytäneet yhtäkään vapaata. Koska en halunnut kahden metsästäjän (minulla ei ole muuta adjektiivia kuvailemaan noita nuoria miehiä… haluan, mutta paras jättää se siihen…) seuraavan meitä asuinpaikalleni, ja ilmeisesti se oli heidän tavoitteensa… päätin mennä apteekkiin, jossa olen ollut pitkäaikainen asiakas, ja pyysin saada käyttää heidän puhelintaan poliisiauton soittamiseen. He eivät tietenkään vastanneet minulle, mutta yksikönjohtaja meni kahden rikollisen luo… ei ole muuta termiä enää käytettäväksi… ja keskustelun jälkeen onnistuin saamaan heidät luopumaan metsästyksestään. Pojat lopulta lähtivät jättäen minut ja tyttärentyttäreni kahden… mutta vasta sitten he vilkuttivat minulle "ase"-kylttiä tehden aikomuksensa hyvin selväksi… Kiitin poikaa hänen ystävällisyydestään, odotin vielä hetken, ja lopulta pienokaiseni ja minä suuntasimme takaisin kotiin… mutta minä jäin tänne miettimään… mikä ajaa jotkut ihmiset jahtaamaan jotakuta, joka ei ole tehnyt heille mitään? Mikä on tällaisen teon tarkoitus? Tuntea itsensä vahvaksi, kykeneväksi hallitsemaan vieraita? Se on jotain, mikä ei ole lainkaan järkevää…
Valitettavasti elämme sairaassa yhteiskunnassa, jossa ihmiset alkavat pelätä toisiaan. Koska jotkut elementit päättävät, että heillä on enemmän oikeuksia kuin toisilla, ja yrittävät pakottaa lakinsa, mikä on heille täysin järkevää, koska he ovat uppoutuneet Pimeään Universumiinsa ja yrittävät vetää siihen niin monta uhria kuin mahdollista. Jotta he voivat tuntea olevansa elossa. Jotta he voivat löytää jonkinlaisen merkityksen surulliseen ja kurjaan elämäänsä. Jotta he voivat löytää jonkinlaisen merkityksen pienuudessaan, heitä ei haittaa nolata ympärillään olevia, he haluavat näyttää itsensä suuriksi. Yrittävät, asettamalla pelon muille, osoittaa, että heillä on hallinta omasta kohtalostaan, omasta ja muiden kohtalosta...
He eivät pelottaneet minua. Mutta reaktioni olivat sidottuja pienen tyttäreni seurassa. En voinut antaa hänen pelätä tilannetta, enkä saanut häntä menettämään uskoaan ihmiskuntaan. Jouduimme kiusalliseen tilanteeseen, jota meidän ei olisi tarvinnut käydä läpi, koska ainoa asia, mitä teimme sillä hetkellä, oli kävely naapurustossamme. Mutta ilmeisesti ihmisillä ei ole enää oikeutta tulla ja mennä ilman, että heitä pakotetaan kestämään tiettyjä tilanteita... miten surullisessa maailmassa elämmekään...
Voin vain toivoa, että jossain vaiheessa nämä kaksi poikaa löytävät valon, joka valaisee kaiken, ja ymmärtävät, että tarpeeton väkivalta ihmisiä kohtaan ei vie heitä mihinkään. Että he ymmärtävät, että rauhassa eläminen on paras tie henkilökohtaiseen täyttymykseen. Ja että ihmisten jahtaaminen kaduilla ei ole paras käytäntö kenellekään...
Tania Miranda - Brasilia - 1. syyskuuta 2025
=========================================================================
PRÉDATEURS
Parler de certaines situations est un peu… compliqué. Mais même pour dissiper le spectre de la violence auquel nous sommes tous exposés, il est nécessaire de s'ouvrir au monde. Ce sont des expériences qui, sans nous affecter sur le moment, menacent notre intégrité physique… sans parler de notre santé mentale…
Un jour, alors que ma petite-fille de dix ans et moi décidions de flâner dans le quartier, profitant d'une journée ensoleillée, nous avons vécu une situation inhabituelle. Nous avons marché dans les rues, elle a joué dans l'une des nombreuses aires de jeux disséminées dans le quartier, a acheté un sac de pop-corn sucré, qu'elle adore, s'est assise sur un banc où elle a savouré tranquillement sa friandise préférée, et nous avons continué notre promenade. Comme il faisait beau, comme je l'ai dit, nous avons traversé les rues sans aucun critère, simplement pour le plaisir de marcher et de discuter…
C'est dans l'une de ces rues que quelque chose d'inattendu s'est produit. À un moment donné, une fête avait lieu, et la plupart des gens mangeaient au milieu de la rue, assiette à la main. C'était un de ces barbecues où tout ce que les participants veulent, c'est manger, boire et profiter de leur journée de congé. Rien d'inhabituel, n'est-ce pas ? Après tout, quel mal y a-t-il à ce qu'un groupe d'amis se retrouve pour un barbecue le week-end ? Eh bien… c'est là que les choses ont commencé à mal tourner pour nous…
En croisant le groupe, nous avons reçu des regards étranges. Mais jusque-là, tout allait bien. La suite a rendu notre promenade un peu… gênante, c'est le moins qu'on puisse dire… ni ma fille ni moi ne portions de vêtements « inappropriés » pour notre promenade. Nous étions habillés normalement, rien qui puisse attirer l'attention. Cependant…
Alors que nous marchions dans une autre rue, l'inattendu s'est produit : deux adolescents à vélo ont commencé à nous suivre. Au début, cela ne nous a pas dérangés, car le droit d'aller et venir est inhérent à chacun… mais le comportement des garçons (ils ne devaient pas avoir plus de 14 ou 15 ans) a commencé à éveiller ce sentiment désagréable de danger… Ils se comportaient comme des prédateurs, tournant constamment autour de leur proie. Ils étaient toujours près de nous, ne nous laissant aucun moment de répit pendant notre promenade. En fait, à partir de ce moment-là, nous n'étions plus d'humeur à poursuivre ce qui était notre droit… une promenade dominicale. Les deux garçons s'efforçaient de paraître aussi désagréables que possible, avec une attitude agressive qui n'avait aucun sens. Ma petite fille commençait à s'inquiéter, et j'ai dû la calmer… affronter nos poursuivants n'était pas la meilleure option…
Après avoir marché plus de dix pâtés de maisons et essayé de repousser nos poursuivants… nous sommes allés dans un bar acheter une bouteille d'eau, nous sommes entrés dans un supermarché et y sommes restés plus de quinze minutes, j'ai compris qu'ils ne nous laisseraient aucun répit et qu'il fallait faire quelque chose pour éviter que quelque chose d'indésirable ne se produise…
Quand nous avions besoin d'une voiture de police… ou même de policiers patrouillant à pied dans le quartier… nous n'en trouvions pas de disponibles. Comme je ne voulais pas que les deux chasseurs (je n'ai pas d'autre adjectif pour décrire ces jeunes hommes… si, mais il vaut mieux en rester là…) nous suivent jusqu'à chez moi, et apparemment c'était leur but… j'ai décidé d'entrer dans une pharmacie, où je suis client de longue date, et j'ai demandé à utiliser leur téléphone pour appeler une voiture de police. Bien sûr, ils ne m'ont pas répondu, mais le chef de l'unité s'est adressé aux deux criminels… il n'y a pas d'autre terme à employer maintenant… et après quelques échanges, il a réussi à les convaincre d'abandonner leur chasse. Les garçons sont finalement partis, nous laissant seuls, ma petite-fille et moi… non sans m'avoir brandi le signe « arme », exprimant clairement leurs intentions…
J'ai remercié le garçon pour sa gentillesse, j'ai attendu un peu, et finalement, mon petit et moi sommes rentrés à la maison… mais je reste là à me demander… qu'est-ce qui pousse certaines personnes à poursuivre quelqu'un qui ne leur a rien fait ? Quel est l'intérêt d'une telle action ? Se sentir fort, capable de dominer des inconnus ? C'est complètement absurde…
Malheureusement, nous vivons dans une société malsaine, où les gens finissent par se craindre les uns les autres. Car certains éléments décident d'avoir plus de droits que les autres et tentent d'imposer leur loi, ce qui leur paraît parfaitement logique, étant donné qu'ils sont plongés dans leur univers sombre et tentent d'y entraîner autant de victimes que possible. Pour se sentir vivants. Pour trouver un sens à leur vie triste et misérable. Pour trouver un sens à leur petitesse, ils n'hésitent pas à embarrasser leur entourage, désireux de se montrer grands. En infligeant la peur aux autres, ils tentent de montrer qu'ils maîtrisent leur destin, le leur et celui des autres…
Ils ne m'ont pas effrayée. Mais j'étais liée par mes réactions, étant accompagnée de ma petite fille. Je ne pouvais pas la laisser s'effrayer, je ne pouvais pas lui faire perdre foi en l'humanité. Nous étions confrontés à une situation embarrassante que nous n'avions pas besoin de vivre, puisque la seule chose que nous faisions à ce moment-là était de nous promener dans notre quartier. Mais apparemment, les gens n'ont plus le droit d'aller et venir sans être contraints de subir certaines situations… quel triste monde dans lequel nous vivons…
Tout ce que je peux espérer, c'est qu'un jour, les deux garçons trouvent la Lumière qui illumine tout et réalisent que la violence gratuite contre les gens ne les mènera nulle part. Qu'ils comprennent que vivre en paix est le meilleur chemin vers l'épanouissement personnel. Et que poursuivre les gens dans la rue n'est la meilleure politique pour personne…
Tania Miranda - Brésil - 1er septembre 2025
========================================================================
Raubtiere
Über bestimmte Situationen zu sprechen, ist etwas … kompliziert. Aber selbst um das Schreckgespenst der Gewalt, dem wir alle ausgesetzt sind, zu vertreiben, müssen wir uns der Welt öffnen. Es sind Erfahrungen, die uns zwar nicht unmittelbar betreffen, aber eine Bedrohung für unsere körperliche Unversehrtheit darstellen … von unserer psychischen Gesundheit ganz zu schweigen …
Eines Tages, als meine zehnjährige Enkelin und ich beschlossen, den sonnigen Tag in der Nachbarschaft zu genießen, erlebten wir eine ungewöhnliche Situation. Wir gingen durch die Straßen, sie spielte auf einem der vielen Spielplätze in der Gegend, kaufte eine Tüte süßes Popcorn, das sie liebt, setzte sich auf eine Parkbank und genoss in aller Ruhe ihre Lieblingsspeise, und wir gingen weiter. Da es, wie gesagt, ein schöner Tag war, überquerten wir die Straßen ohne Vorurteile, einfach nur zum Vergnügen des Gehens und Redens …
In einer dieser Straßen geschah etwas Unerwartetes. Irgendwann fand eine Party statt, und die meisten Leute aßen mitten auf der Straße, mit ihren Tellern in der Hand. Es war eines dieser Grillfeste, bei denen die Gäste nur essen, trinken und ihren freien Tag genießen wollen. Nichts Ungewöhnliches, oder? Was ist denn schon schlimm genug daran, wenn sich eine Gruppe von Freunden zu einem Grillfest am Wochenende trifft? Tja... da fing es an, für uns schiefzulaufen...
Als wir an der Gruppe vorbeigingen, ernteten wir ein paar seltsame Blicke. Aber soweit, so gut. Was dann geschah, machte unseren Spaziergang etwas... gelinde gesagt unangenehm... weder meine Tochter noch ich trugen „unangemessene“ Kleidung für unseren Spaziergang. Wir waren normal gekleidet, nichts, worauf man hätte auffallen können. Doch...
Als wir eine andere Straße entlanggingen, geschah das Unerwartete: Zwei Teenager auf Fahrrädern folgten uns. Zuerst störte es uns nicht, da jeder kommen und gehen darf... aber das Verhalten der Jungen (sie konnten nicht älter als 14 oder 15 sein) weckte dieses unangenehme Gefühl der Gefahr... Sie benahmen sich wie Raubtiere, die ständig um ihre Beute kreisten. Sie waren immer in unserer Nähe und ließen uns während unseres Spaziergangs keine Ruhe. Tatsächlich hatten wir von diesem Moment an keine Lust mehr, etwas fortzusetzen, auf das wir einfach ein Recht haben … einen Sonntagsspaziergang. Die beiden Jungen gaben sich alle Mühe, so unangenehm wie möglich zu wirken, mit einer streitlustigen Haltung, die keinen Sinn ergab. Meine kleine Tochter wurde nervös, und ich musste sie beruhigen … Unseren Verfolgern gegenüberzutreten war nicht die beste Option …
Nachdem wir mehr als zehn Blocks gelaufen waren und versucht hatten, unsere Verfolger abzuwehren … gingen wir in eine Bar, um eine Flasche Wasser zu kaufen, gingen in einen Supermarkt und blieben mehr als fünfzehn Minuten darin. Mir wurde klar, dass die beiden uns keine Ruhe gönnen würden und dass etwas getan werden musste, um etwas Unerwünschtes zu verhindern …
Als wir ein Polizeiauto brauchten … oder sogar Polizisten, die zu Fuß durch die Nachbarschaft patrouillierten … konnten wir keines finden. Da ich nicht wollte, dass die beiden Jäger (mir fällt kein anderes Adjektiv ein, um diese jungen Männer zu beschreiben … Ich schon, aber dabei belassen wir es lieber …) uns bis zu meiner Wohnung verfolgten, und das war offenbar ihr Ziel …, beschloss ich, in eine Apotheke zu gehen, wo ich schon lange Kunde bin, und bat darum, ihr Telefon zu benutzen, um ein Polizeiauto zu rufen. Natürlich antworteten sie mir nicht, aber der Abteilungsleiter ging zu den beiden Verbrechern … man kann es jetzt nicht anders nennen … und schaffte es nach einigem Gespräch, sie dazu zu bringen, ihre Jagd aufzugeben. Die Jungs gingen schließlich und ließen mich und meine Enkelin allein … aber nicht ohne mir zuvor das „Waffen“-Schild zu zeigen, um ihre Absichten unmissverständlich klarzustellen …
Ich dankte dem Jungen für seine Freundlichkeit, wartete noch ein wenig, und schließlich machten sich mein Kleiner und ich auf den Heimweg … aber ich frage mich immer noch … Was treibt manche Menschen dazu, jemanden zu jagen, der ihnen nichts getan hat? Was ist der Sinn einer solchen Aktion? Sich stark zu fühlen, in der Lage zu sein, Fremde zu dominieren? Das ergibt einfach keinen Sinn …
Leider leben wir in einer kranken Gesellschaft, in der die Menschen sich gegenseitig fürchten. Denn manche Menschen glauben, sie hätten mehr Rechte als andere und versuchen, ihre Gesetze durchzusetzen. Das ergibt für sie absolut Sinn, da sie in ihrem dunklen Universum gefangen sind und versuchen, so viele Opfer wie möglich hineinzuziehen. Damit sie sich lebendig fühlen. Damit sie ihrem traurigen und elenden Leben einen Sinn geben. Damit sie ihrer Kleinheit einen Sinn geben können, macht es ihnen nichts aus, ihre Mitmenschen in Verlegenheit zu bringen, und sie wollen sich unbedingt als großartig präsentieren. Indem sie anderen Angst einjagen, versuchen sie zu zeigen, dass sie die Kontrolle über ihr Schicksal haben, ihr eigenes und das der anderen …
Sie haben mir keine Angst gemacht. Aber ich war in meinen Reaktionen gebunden, da ich meine kleine Tochter dabei hatte. Ich durfte nicht zulassen, dass sie sich von der Situation ängstigte, ich durfte nicht zulassen, dass sie den Glauben an die Menschheit verlor. Wir waren einer peinlichen Situation ausgesetzt, die wir nicht durchmachen mussten, da wir in diesem Moment nur einen Spaziergang in unserer Nachbarschaft machten. Aber anscheinend haben Menschen nicht mehr das Recht, zu kommen und zu gehen, ohne gezwungen zu sein, bestimmte Situationen zu ertragen ... Was für eine traurige Welt, in der wir leben ...
Ich kann nur hoffen, dass die beiden Jungen irgendwann das Licht finden, das alles erhellt, und erkennen, dass grundlose Gewalt gegen Menschen sie nicht weiterbringt. Dass sie verstehen, dass ein Leben in Frieden der beste Weg zu unserer persönlichen Erfüllung ist. Und dass es für niemanden die beste Politik ist, Menschen auf der Straße zu jagen ...
Tania Miranda – Brasilien – 1. September 2025
=========================================================================
Comentários
Postar um comentário