o pesadelo
O PESADELO Estava só. Encolhida, escondida, enregelada. O pavor me dominava. De que tinha medo? Não podia precisar, com certeza. Mas, fosse o que fosse, era algo apavorante. O simples farfalhar das folhas me provocava arrepios. O uivo do vento pelas árvores era assustador... Um barulho... um galho se partindo... então, como que impulsionada por uma mola, me vejo a disparar mata adentro.... Chegamos em Campos à tardinha. Tinha já alguns meses que não visitávamos vovó. Sempre acontecia algo que nos obrigava a adiar a viagem. Primeiro, Ricardo ficou doente. Dois meses de cama. Foi um período difícil. Mamãe ficou com seus nervos em frangalhos. O resto da família também, é claro. Finalmente, ele ficou bom. Logo a seguir, papai perdeu o emprego. Novamente, a situação se complicou. Papai não era um homem previdente. Com isso, e como éramos três crianças, quase passamos fome. Quase, uma vez que papai se virava como podia, para que nada nos falta